Resistir é preciso!

Quando os instrumentos criados para "aproximar pessoas" no século XXI se revelaram armas modernas de destruição de democracias, corrupção de valores humanos e cerceamento de liberdades, já era tarde. 

A humanidade, carente de afetos e atenção por natureza, não calculou os riscos, nem as consequências do uso de tecnologias imperialistas e nazicapitalistas que se ofereciam como "solução" à solidão humana. Quando estas mesmas tecnologias se ofereceram para "consertar democracias" mundo afora, usamos e abusamos do seu poder de (com um clique) derrubar governos populares, ameaçar de morte pessoas públicas e promover todo o tipo de mentira que nos desse alguma utilidade social e razão política. 

Quem perdeu foi a Democracia. 

O voto não era mais instrumento popular que determinaria os rumos de uma Nação. Independente do que as urnas decidissem, estariam lá, as redes sociais, prontas para fazer valer a vontade de uma opinião minoritária e derrotada. Chamaram de "liberdade", de "vontade popular", de "novos tempos", de "democracia 2.0".

As mesmas táticas usadas pela velha mídia burguesa foram incorporadas às redes e o ódio venceu.

"Bom para as vendas", diziam os programadores de iscas que combinavam angústia e consumo, indignação e consumo, revolta e consumo, promoção da estupidez e consumo.

Sujeitos-mídia, corpos existentes em ambientes digitais onde os filtros justificam os meios de existir, pensar, produzir, a humanidade foi se depreciando, se descaracterizando, se mutilando para se exibir "perfeita" num mundo imperfeito por lucro.

Para nós que existimos para muito além de aparências, estar conectado é um risco. 

Ser ou não ser contra as tecnologias programadas para matar ideias, sonhos, não é questão que se discuta em ambientes tecnológicos. A questão é existir apesar delas. 

Apesar delas, nos reinventamos, sabotando a "padronização das perfeições" sonsas. 

Meu nome é Malu Aires, regularmente impedida de existir em redes sociais nazifascistas, sabotada numa sociedade virtual, a cada dia mais orgulhosa de ser estúpida, cruel e covarde. 

Resistimos ou não existimos!

Este blog é um exílio virtual e um alerta a todos nós que consumimos tudo aquilo que os colonizadores nos dão com cicuta. 


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